Sobre o Bem da Terra

Ontem (19 de Setembro), participei do primeiro Encontrão 1 enquanto membro da Coordenação da Feira Bem da Terra 2. Minha taref

Apesar de já ter participado de inúmeras reuniões no trabalho, a reunião da coordenação de um espaço alternativo é muito diferente. Exige organização de verdade, justamente porque a lógica do espaço é diferente.

O Bem da Terra se propõe a ser um espaço autogestionário, democrático e fundamentado na lógica da economia solidária, mas eu sinto que é muito além disso. A feira acaba por se tornar um espaço, muito para além do consumo, mas sim para a formação crítica.

Sim, formação crítica. Justamente por ter em terra firme um espaço da qual se propõe a pensar um modelo diferente, mais justo e correto, que propõe que você repense a lógica existente na tua vida. Não é mais uma perspectiva abstrata. Ela existe. É real e tá nas tuas mãos.

E as indas e vindas, reforçam ainda mais o caráter de construção, de que é um processo que é necessário meter a cabeça, construir junto.

Então acaba por não ser só um espaço de comercialização, mas de educação e formação política, de explorar aquilo que nos deixa desconfortável com o que está posto aí, e que a gente precisa construir colaborativamente.

Trabalhar na feira é trabalhar escorado na construção coletiva, na autoorganização, na autonomia. Trabalhar no Bem da Terra nos dá gosto, dá aconchego na alma e faz me sentir que o trabalho precisa ir além do que ele é hoje. Me da a munição necessária pra arriscar pensar outras formas de viver e de criticar como ela é hoje.

Obrigado, Bem da Terra.


  1. Espaço soberano e autoorganizado de encontro dos Consumidores, Produtores e Associados para debater e definir as questões da Feira. ↩︎

  2. O Bem da Terra é um GCR, ou seja, Grupo de Consumo Responsável na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. ↩︎